quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Leituras para o 6º Encontro - 07 de Janeiro de 2016

6º Encontro – Instinto de nacionalidade ou de cearensidade.

ASSIS, Machado de. “Notícia da atual literatura brasileira: instinto de nacionalidade”. In: O jornal e o livro. São Paulo: Companhia das letras, 2011.

BORGES, Jorge Luís. “O escritor argentino e a tradição”. In: Obras Completas. Vol. 1. Vários tradutores. São Paulo: Globo, 1999.

Poeta de meia Tigela. “História cosmológica do boi”. In: Memorial Bárbara de Alencar & outros poemas. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2008. 




sábado, 12 de dezembro de 2015

Leituras para o 5º Encontro - dia 17 de Dezembro

Tema: Literatura do norte e do sul: um debate que persiste.


Leitura e discussão dos textos:

TÁVORA, Franklin. “Prefácio do autor” e “Capítulo I”. In: O Cabeleira. Rio de Janeiro, Ediouro, s/d.


ALENCAR, José de “Benção paterna”. In: Sonhos d’ouro. São Paulo: Ática, 1981.


CAMPOS, Moreira.  “O preso”. Dizem que os cães veem coisas. Fortaleza: Edições UFC, 2002.

Ilustração do conto O preso - Moreira Campos

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Leituras para o 4º encontro


4º Encontro – 10 de Dezembro - Sistema literário: um conceito renovador.

Leitura e discussão dos textos:

CÂNDIDO, Antônio. “Introdução”. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. 6. ed. Belo Horizonte, Ed. Itatiaia, 1981. v. I.
CAMINHA, Adolfo “Capítulo IV”. In: A Normalista. Apresentação: Sânzio de Azevedo. Fortaleza: Editora ABC, 1997.
Salgueiro, Pedro. “Escritor de província”. In: O espantalho. Fortaleza: Editora UFC, 1996.

Jorge Luís Borges - Poema "Arte Poética"

ARTE POÉTICA

         Tradução de Rolando Roque da Silva

Mirar o rio, que é de tempo e água,
E recordar que o tempo é outro rio,
Saber que nos perdemos como o rio
E que passam os rostos como a água.

E sentir que a vigília é outro sonho
Que sonha não sonhar, sentir que a morte,
Que a nossa carne teme, é essa morte
De cada noite, que se chama sonho.

E ver no dia ou ver no ano um símbolo
Desses dias do homem, de seus anos,
E converter o ultraje desses anos
Em uma música, um rumor e um símbolo.

E ver na morte o sonho, e ver no ocaso
Um triste ouro, e assim é a poesia,
Que é imortal e pobre. A poesia 
Retorna como a aurora e o ocaso.

Às vezes, pelas tardes, uma face
Nos observa do fundo de um espelho;
A arte deve ser como esse espelho
Que nos revela nossa própria face.

Contam que Ulisses, farto de prodígios,
Chorou de amor ao avistar sua Ítaca
Humilde e verde. A arte é essa Ítaca
De um eterno verdor, não de prodígios.

Também é como o rio interminável
Que passa e fica e que é cristal de um mesmo
Heráclito inconstante que é o mesmo
E é outro, como o rio interminável.

  
ARTE POÉTICA

Mirar el río hecho de tiempo y agua 
y recordar que el tiempo es otro río, 
saber que nos perdemos como el río 
y que los rostros pasan como el agua. 

Sentir que la vigilia es otro sueño 
que sueña no soñar y que la muerte 
que teme nuestra carne es esa muerte 
de cada noche, que se llama sueño. 

Ver en el día o en el año un símbolo 
de los días del hombre y de sus años, 
convertir el ultraje de los años 
en una música, un rumor y un símbolo, 

ver en la muerte el sueño, en el ocaso 
un triste oro, tal es la poesía 
que es inmortal y pobre. La poesía 
vuelve como la aurora y el ocaso. 

A veces en las tardes una cara 
nos mira desde el fondo de un espejo; 
el arte debe ser como ese espejo 
que nos revela nuestra propia cara. 

Cuentan que Ulises, harto de prodigios, 
lloró de amor al divisar su Itaca 
verde y humilde. El arte es esa Itaca 
de verde eternidad, no de prodigios. 

También es como el río interminable 
que pasa y queda y es cristal de un mismo 
Heráclito inconstante, que es el mismo 
y es otro, como el río interminable.

               De El Hacedor (1960)

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Sugestão de Leitura acerca do texto de Borges

Caros amigos e amigas. Sobre a leitura do texto, “Kafka e seus precursores”, para o próximo encontro, sugiro, para esclarecer mais a discussão, a leitura dos textos do escritor theco Franz Kafka. Sobre o outro texto de Borges, é óbvio o outro livro que é sugerido para a leitura.
A seguir, uma pequena lista com os livros essenciais de Kafka. Lembrando, A metamorfose é fundamental, um dos clássicos do século XX.

UM ARTISTA DA FOME 
 A CONSTRUÇÃO 
CARTA AO PAI 
O CASTELO
CONTEMPLAÇÃO 
 O FOGUISTA
UM MÉDICO RURAL
A METAMORFOSE
NARRATIVAS DO ESPÓLIO 
O PROCESSO
O VEREDICTO 
NA COLÔNIA PENAL






Historia da Literatura e as Leitura borgianas

No nosso  próximo encontro, para o estudo sobre a  História da Literatura, teremos um convidado muito especial: o escritor argentino Jorge Luís Borges. Venha percorrer as veredas do labirinto textual de Borges.






Leituras para o próximo encontro - Dia 03-12-15


3º  Encontro – 03 de Dezembro Onde está, ó Historiografia, a tua vitória?

JOBIM, J. L. “História da Literatura”. In: Palavras da crítica: tendências e conceitos no estudo da literatura. Rio de Janeiro: Imago, 1992.

Borges, Jorge Luis. “Pierre Menard autor de Quixote”. In: Obras completas de Jorge Luis Borges. Vol. 1. Vários tradutores. São Paulo: Globo, 1999. 

_______________“Kafka e seus precursores” In: Obras completas de Jorge Luis Borges. Vol. 1. Vários tradutores. São Paulo: Globo, 1999. 

Saiba mais sobre Aílton Krenak

Aílton Krenak (1953) é um líder indígena, escritor  e ambientalista. Faz parte da etnia indígena crenaque, natural da região do Médio Rio Doce, Minas Gerais. A partir da década de 1980, dedicou-se à articulação do movimento indígena. Em 1985, fundou a ong Núcleo de Cultura Indígena. Participou, em 1887, da Assembleia Constituinte. Participou da fundação da União das Nações Indígenas e do movimento Aliança dos povos da floresta. Hoje, além da sua atuação como líder indígena, é assessor para assuntos indígena no Governo de Minas Gerais.

Mais informações sobre o movimento indígena e sua tradição cultural, consultar o blog do pensador.

Blog de Aílton Krenak http://ailtonkrenak.blogspot.com.br/

Abaixo, alguns textos de Aílton Krenak, que dialogam com o início do debate do nosso curso sobre Historiografia literária. Temas para refletir sobre cultura, tradição, coletividade.

Antes, o mundo não existia Antes, o mundo não existia

O eterno retorno do encontro O eterno retorno do encontro

Apontamentos sobre o texto "Antes, o mundo não existia"


Alguns pontos e temas debatidos por Aílton Krenak, no texto “Antes, o mundo não existia”.

Informação/conhecimento X Saber (sabedoria)
Memória – registra os valores e princípios, dinâmica e poeticamente.
História- registra os fatos (história tradicional).

O homem da civilização ocidental transforma a natureza em produto, mercadoria. Nos primórdios, quando o homem tornou-se consciente de si mesmo e como parte importante da natureza, sentiu a necessidade de contar suas experiências. Então, utilizou se dos mitos para narrar suas histórias simbolicamente. Esses conhecimentos eram transmitidos às gerações futuras. 

Como a literatura, hoje, se relaciona com essa função primordial do mito?

No texto, qual o significado do termo ‘sonho’, utilizado pelo pensador?

A que "mundo" o pensador se refere no título de seu texto?

Algumas questões para uma leitura do livro Iracema


A seguir, sugiro algumas questões interessantes que permitem a reflexão do livro Iracema, de José de Alencar, que permitiu, na segunda metade do século XIX, construir uma possível identidade nacional, no caso dos nossos estudos, uma identidade cearense, por meio de um projeto ficcional. Pontos que podem auxiliar na reflexão são:

Em que tradições, José de Alencar foi beber a água para nutrir a sua imaginação ficcional?

Como a estética romântica idealizou a condição dos povos indígenas?

Como o processo de colonização do Brasil é simbolizado em Iracema?

Como o embate entre a natureza e a civilização europeia ainda permeiam a condição da sociedade cearense e a brasileira?

O romance alencarino sendo um mito moderna da fundação do nosso estado, como a compreensão de aspectos ficcionais da personagem Iracema auxilia na compreensão do homem cearense?

domingo, 22 de novembro de 2015

Representações Artísticas de Iracema


“Iracema”, 1881, óleo sobre tela, por José Maria de Medeiros. A pintura está localizada no Rio de Janeiro, no Museu Nacional de Belas Artes.

      Fonte da imagem: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Iracema_(Antonio_Parreiras,_1909).jpg
“Iracema”, 1909, óleo sobre tela, por Antônio  Parreiras. Museu de Arte Moderna, São Paulo.

“Iracema Guardiã” (2009) na Praia de Iracema, Fortaleza, Ceará. A estátua foi esculpida pelo artista plástico Zenon Barreto, inaugurada em 1996. Fotografia por Jorge Andrade. 

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Iracema#/media/File:Est%C3%A1tua_de_Iracema_de_Messejana_3.JPG
Estátua de Iracema (2004)
na Lagoa de Messejana, em Fortaleza, Ceará.  A estátua foi inaugurada em 1º de maio de 2004, dentro das comemorações dos 278 anos de Fortaleza. Foto por Mizunoryu. 

                  Fotografia por Jaqueline Aragão Cordeiro.             
Estátua de Iracema na volta da Jurema, no Mucuripe. Além de Iracema, no monumento retrata Martim Soares Moreno, que está sentado com o filho Moacir, dentro do cesto e o cachorro Jati. A estátua foi esculpida por José Corbiniano Lins e inaugurada em 24 de junho 1965. 

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

LIVROS INTRODUTÓRIOS SOBRE ESTUDOS LITERÁRIOS


ARISTÓTELES, HORÁCIO E LONGINO. Poética Clássica. Trad. Jaime Bruna. 7 ed. São Paulo: Cultrix, 1997.
1982.
CANDIDO, Antônio. “O Direito à literatura”. In: Vários Escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2002.
PORTELLA, Eduardo. Fundamento da investigação literária. Fortaleza: Edições UFC; Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1981.
SARTRE, Jean-Paul. Que é a literatura? Trad. Carlos Felipe Moisés. São Paulo. Ed. Ática, 1993.
TODOROV, Tzvetan. A Literatura em Perigo. Tradução de Caio Meira. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009.
EAGLETON, Terry. Teoria da Literatura: uma introdução. Trad. Waltensir Dutra. São Paulo: Martins Fontes, s.d.
SAMUEL, Rogel. Manual de Teoria Literária. (Org.) Petrópolis: Vozes, 1985.
SILVA, Victor Manuel de Aguiar e. Teoria da Literatura. 8a ed. Coimbra: Almedina, 1991.
SOUZA, Roberto Acízelo de. Teoria da Literatura. São Paulo: Ática, 1986.
WELLEK, René & WARREN, Austin. Teoria da Literatura. Trad. José Palla e Carmo. Lisboa: Europa-América, s.d.
REUTER, Yves. A Análise da narrativa: o texto, a ficção e a narração. Trad. Mário Pontes. Rio de Janeiro: DIFEL, 2002.

Leituras para o próximo Encontro Dia 19 de Novembro


2º Encontro – 19 de Novembro

Iracema: construção de um mito moderno.

Leitura e discussão dos textos:


  • ALENCAR, José Martiniano de. Iracema. São Paulo: Editora Ática, 1995.
  • KRENAK, Ailton. “Antes, o mundo não existia”. In: NOVAES, Adauto (org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
  • ASSIS, Machado. “José de Alencar: Iracema”. Obra Completa de Machado de Assis, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, vol. III, 1994.


Poema de Demócrito Rocha

Rio Jaguaribe
  
O Rio Jaguaribe é uma artéria aberta  
por onde escorre  
e se perde 
o sangue do Ceará. 
O mar não se tinge de vermelho  
porque o sangue do Ceará  
é azul ... 

Todo plasma 
toda essa hemoglobina  
na sístole dos invernos  
vai perder-se no mar. 

Poema de Paula Nei


[dedicado a FORTALEZA, Ceará, Brasil]

Ao longe, em brancas praias embalada 
Pelas ondas azuis dos verdes mares, 
A Fortaleza, a loura desposada 
Do sol, dormita à sombra dos palmares.

Loura de sol e branca de luares, 
Como uma hóstia de luz cristalizada, 
Entre verbenas e jardins pousada 
Na brancura de místicos altares.

Lá canta em cada ramo um passarinho, 
Há pipilos de amor em cada ninho, 
Na solidão dos verdes matagais...

É minha terra! A terra de Iracema, 
O decantado e esplêndido poema 
De alegria e beleza universais!

Poema de Padre Antônio Tómas



A morte do Jangadeiro

Ao sopro do terral abrindo a vela
Na esteira azul das águas arrastadas,
Segue veloz a intrépida jangada,
Entre os uivos do mar que se encapela.

Prudente, o jangadeiro se acautela
Contra os mil acidentes da jornada;
Fazem-lhe, entanto, guerra encarniçada
O vento, a chuva, os raios, a procela.

Súbito, um raio o prostra e, furioso
Da jangada o despeja na água escura
E, em brancos véus de espuma, o desditoso

Envolve e traga a onda intumescida,
Dando-lhe, assim, mortalha e sepultura
O mesmo mar que o pão lhe dera em vida.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Encerradas as Inscrições para o Curso de Extensão em Literatura Cearense

Atenção: INSCRIÇÕES ENCERRADAS!
Ficamos bastante felizes por sua procura, pois o nosso Curso recebeu inscrições além do número de vagas. 
Como o Curso é gratuito, por questão de justiça, o critério de ingresso é por ordem cronológica de inscrição.  Ofertamos 50 vagas.
O preenchimento da Lista de Espera também está encerrado.
Quem se escreveu até o dia 31 de Outubro pela manhã [Lista de Espera], fique atento à sua caixa de e-mail
Enviaremos e-mail solicitando a confirmação dos participantes já inscritos em 29 de Outubro. Se houver desistência, convocaremos os inscritos que estão na lista de espera, em ordem cronológica. 
Muito obrigado pela interesse!


Proponente: Prof. Me. Charles Ribeiro Pinheiro
Orientação: Prof.ª Dr.ª Odalice de Castro Silva
Instituição Promotora: Grupo de Pesquisa Espaço de leitura: cânone e bibliotecas e o projeto O entre-lugar na literatura cearense, em parceria com a Biblioteca de Ciências Humanas (UFC) e o Acervo do Escritor Cearense.
Horário: Quintas – 16:00 horas às 18:00 horas.
Certificado: 50 horas.
Local: Auditório da Biblioteca de Ciência Humanas da UFC (Campus do Benfica), em Fortaleza.
Ementa: Estudo introdutório das problemáticas historiográficas da literatura cearense, enfatizando o estudo de autores que produziram obras no Ceará e a investigação a formação da literatura do estado e a sua contribuição para a constituição da literatura nacional.



domingo, 25 de outubro de 2015

Minicurso 'Diálogos Historiográficos" no XII Encontro Interdisciplinar de Estudos Literários

O minicurso "Diálogos historiográficos: a Padaria Espiritual e o Grupo CLÃ para os estudos literários no Brasil", fará parte da programa do XII Encontro Interdisciplinar de Estudos Literários, promovido promovido pelo Programa de Pós-graduação em Letras da UFC, cujo tema é Literatura e ensino. 

Ministrante: Charles Ribeiro Pinheiro (UFC).
Orientação: Prof.ª Dr.ª Odalice de Castro Silva.
Mais informações em: Minicurso

RESUMO: Uma característica da literatura cearense é a formação de agremiações, desde a segunda metade do século XIX, cujas revistas e jornais por elas publicados circulavam intensamente em Fortaleza.

Projeto Iluminuras - AEC


O Grupo Iluminuras, ação realizada pelo Acervo do Escritor Cearense e pela Biblioteca de Ciências Humanas da UFC, é um Projeto de Extensão que procura reunir pessoas que, remotivando a tradição medieval, buscam, por meio da criação de imagem bordadas, realizar uma leitura interpretativa de obras literárias. Assim, pincel, tinta e pergaminho são substituídos por agulha, linha e tecido na revelação pictórica de um ato de ler cujo hábito e qualidade se tem em mente desenvolver e renovar.
A primeira produção do Iluminuras foi realizada a partir da seleção de contos de Dizem que os Cães veem por ocasião da comemoração do 1º Centenário de nascimento de Moreira Campos. Os painéis bordados foram expostos no encerramento da edição especial dos Encontros Literários Moreira Campos em 2014 e, posteriormente, ficou em exposição durante na Bienal do Livro em 2014 que teve como tema A Fortaleza de Moreira Campos.
Neste ano, no primeiro semestre, relembramos o flagelo ocorrido há 100 anos e será também oportuno refletir sobre o tema que inspirou O Quinze, de Rachel de Queiroz . Comemoramos, no segundo semestre, os 150 anos da publicação de Iracema, de José de Alencar.  As peças bordadas, que foram transformadas em quadros,  ficarão em exposição na Biblioteca de Ciências Humanas. A data será divulgada brevemente e o evento será aberto ao público.

Mais informações em: Grupo Iluminuras

Programa Rádio Debate UFC - 27 de Março de 2014, Centenário de Moreira Campos


Olá, caros amigos

Essa é uma memória do programa Rádio Debate, da Rádio Universitária FM (107,9), que no dia 27 de março de 2014, tratou sobre o centenário do escritor MOREIRA CAMPOS (1914-2014). Outros assuntos discutidos: Apresentação do livro de crônicas de Moreira Campos, Porta de Academia; organizado pela professora Neuma Cavalcante e Isabel Gouveia; a importância do Acervo do Escritor Cearense e o ensino da Literatura Cearense.

Debatedores:
Isabel Gouveia, professora mestre, pesquisadora do Acervo do Escritor Cearense;
Lídia Barroso, graduada em Letras, pesquisadora do Acervo do Escritor Cearense;
Charles Ribeiro, professor mestre, doutorando em Literatura Comparada pela UFC, membro da Organização dos Encontros Literários Moreira Campos. 
Apresentação: Agostinho Gósson (jornalista).
Produção: Raquel Chaves (jornalista) e Fátima Babini (bolsista).


O link para escutar o programa na integra está no endereço abaixo Rádio Debate_27.03.14_Moreira+Campos.mp3





sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Dissertação - Rodolpho Theophilo: a construção de um romancista

        
        A minha dissertação de Mestrado, Rodolpho Theophilo: a construção de um romancista, concluída em 2011, teve uma gestação de mais de 4 anos. A sua gênese ocorreu no projeto de pesquisa de graduação, "A formação intelectual e literária de Rodolfo Teófilo", que fez parte dos estudos do grupo de pesquisa "Espaço de leituras: cânone e bibliotecas", coordenado pela professora Odalice de Castro e Silva
        Quem desejar conhecer mais a obra literária de Rodolfo Teófilo, basta acessar o link a seguir: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/3452/1/2011_DIS_CRPINHEIRO.pdf

Resumo: Esta dissertação, intitulada Rodolpho Theophilo: a construção de um romancista,  realizou uma investigação da formação intelectual e literária de Rodolfo Teófilo (1853-1932), verificando como ocorreu o seu amadurecimento como ficcionista em O paroara (1899). Para tal propósito, situamos, de maneira crítica, o referido autor em sua conturbada época e espaço social: a Fortaleza da Belle Époque. A pesquisa divide-se em três capítulos: o primeiro relaciona o escritor ao contexto em que está inserida a sua obra ficcional, além do estudo de seu campo intelectual e literário; no segundo estudamos a dinâmica dos processos de leitura e desleitura e, no terceiro capítulo, como operou-se a construção do estilo naturalista-regionalista de Rodolfo Teófilo. Para o desenvolvimento do primeiro capítulo, utilizamos as categorias de contexto, campo literário e habitus, respectivamente, estabelecidas por Dominique Maingueneau, em O contexto da obra literária (2001) e por Pierre Bourdieu, em As regras da arte (1996). No segundo, investigamos qual foi o rol de leituras de Rodolfo Teófilo, que configuraram a base de sua cosmovisão cientificista. Para examinar os embates dele com a tradição literária, empregamos a concepção de angústia da influência e de desleitura, cunhados pelo crítico Harold Bloom, em A angústia da influência (1991) e Um mapa da desleitura (2003). No último capítulo, analisamos como ocorreu a superação das influências de leitura, efetuando um rigoroso exame dos textos ficcionais da década de 1890, culminando com o romance O paroara. Para esse processo, foram empregadas as categorias estilo, linguagem e escritura, por Roland Barthes em O grau zero da escritura (1974), também estudadas por Leyla Perrone-Moisés em Texto, crítica, escritura (1993). Concluímos, que em O paroara, Rodolfo Teófilo atingiu uma segurança em seu fazer ficcional, apoiado, criticamente, na noção proposta por Araripe Júnior, de estilo tropical, no ensaio Estilo tropical. A fórmula do naturalismo brasileiro (1888). Estudamos como Rodolfo Teófilo realizou uma desapropriação poética da escola naturalista e atingiu uma escritura singular, recriando o regionalismo, tornando-se precursor da chamada Literatura das secas. Este trabalho fez parte da pesquisa Bibliotecas Pessoais: Escritores, Historiadores e Críticos Literários, sob a coordenação da Profª. Drª. Odalice de Castro Silva, do Programa de Pós-Graduação em Letras – Literatura Comparada, da Universidade Federal do Ceará.