quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Memorial Gilmar de Carvalho


Não percam oportunidade de ler está obra que a Secult lançou “MEMORIAL – Gilmar de Carvalho”, em homenagem ao professor, pesquisador e escritor, com organização de Mona Gadelha e Fabiano Piubá.

“A partir da notícia da partida de Gilmar de Carvalho, que abalou e comoveu a todos e todas, inúmeras manifestações foram publicadas na imprensa e nas redes sociais, vindas de todo o Brasil. Ao colecionar esses textos de amor e despedida de nosso grande escritor, pesquisador e professor, foi se formando um memorial com a intenção de perenizar esse momento, em que se não pudemos nos abraçar pessoalmente, possamos tentar nos consolar com as palavras”, texto de apresentação do livro.

A Secult Ceará celebra a vida, a obra e a saudade de Gilmar de Carvalho que marcou profundamente a cultura cearense.

O livro pode ser baixado gratuitamente no link abaixo, no site da Secult: https://www.secult.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/43/2021/08/Livro-Gilmar-de-Carvalho-Memorial-Secult-Ceara.pdf

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Coleção Vaga-lume - leituras que marcaram a infância


TBT literário: leituras que marcaram a infância e juventude.

Dos quatro aos nove anos, eu lia muitas histórias em quadrinhos, contos de fada, livros de lendas e mitologias, livros didáticos. Aos 10 anos, foi um livro da coleção Vaga-lume, que constituiu o primeiro romance infanto-juvenil que li e não parei mais.
Depois, li praticamente todos os exemplares da Coleção Vaga-lume da biblioteca da minha Escola (Colégio Padre José Nilson). Esses livros foram a base da minha formação literária e a porta de entrada para a leitura de mais livros, romances brasileiros e universais. Tenho muito carinho por essa coleção. Assim como eu, muitas pessoas se iniciaram na leitura de livros literários por meio dessa coleção.
A Série Vaga-Lume é uma coleção de livros brasileiros voltada para o público infanto-juvenil, lançada em janeiro de 1973, pela Editora Ática. Foram mais de cem livros publicado dos anos 1970 aos anos 2000. O seu catálogo é dividido entre as séries Vaga-Lume e Vaga-Lume Jr., para leitores com faixa etária entre 10 e 20 anos. Foram livros muito populares que faziam parte das bibliotecas de quase todos os colégios.

domingo, 30 de maio de 2021

129 anos da Padaria Espiritual no Ceará



Há 129 anos, em 30 de maio de 1892, surgia a Padaria Espiritual, o acontecimento literário que agitou culturalmente Fortaleza, na passagem do século XIX para o XX. A agremiação se formou nas cadeiras do Café Java, quiosque estilo art nouveau que ficava na Praça do Ferreira (centro da cidade), de propriedade de Mané Cocô, que concentrava jovens boêmios, artistas e literatos que debatiam as novidades literárias da época.

A cidade de Fortaleza do final do século XIX e início do século XX foi um espaço de riquíssima efervescência cultural e política. O fator gerador dessa agitação foi o rápido desenvolvimento econômico da capital cearense, em virtude da exportação de algodão para a Inglaterra, durante as décadas de 1860-1870. Ocorreu um amplo desenvolvimento material na capital, que poucos anos antes era apenas uma cidade provinciana, cujo centro econômico passou a ser a Praça do Ferreira.

Devido ao desejo dos jovens letrados e bacharéis de se modernizar e de se atualizar com as novidades intelectuais e artísticas, houve uma intensa e difícil procura por livros, que eram comprados, emprestados, lidos e discutidos nas ruas, praças, cafés, livrarias, gabinetes de leituras, clubes e agremiações literárias.

O fundador e animador dessa padaria singular foi Antonio Sales, jovem poeta de 24 anos (autor do livro "Versos diversos", 1890), foi instigado pelos gracejos de seus amigos Lopes Filho, Ulisses Bezerra, Sabino Batista, Álvaro Martins, Temístocles Machado, Tibúrcio de Freitas, nas festivas reuniões no Café Java, no fim de maio de 1892.

Os jovens escritores queriam criar um grêmio literário para despertar o gosto pelas letras em Fortaleza, mas Antônio Sales não queria criar uma instituição séria e formal, como tantas outras que existiam. Ele concordaria em organizar o grupo "só se fosse uma cousa nova, original e mesmo um tanto escandalosa", que sacudisse a cidade e "tivesse uma repercussão lá fora".

domingo, 18 de abril de 2021

A cultura cearense em luto


Gilmar de Carvalho, jornalista, pesquisador e professor aposentado do curso de comunicação da UFC, nos deixou na noite do último sábado, em decorrência da covid-19.
Uma vida dedicada ao amor pela cultura popular, ao cordel, ao jornalismo e à literatura.
Todos nós aprendemos muito com ele. O seu legado é imenso.
Grande jornalista e pesquisador, orientou inúmeros pesquisadores. Escreveu peças de teatro, contos, livros de ensaios sobre cultura popular, sobre cordel, sobre música, valorizando sempre as dinâmicas das tradições culturais.
Ativo e incansável, lutando sempre para registrar e valorizar variadas expressões culturais do nosso povo.
E como romancista, nos legou Parabélum (1977), um dos maiores romances cearenses do século XX.
Fica registrada nessa postagem, alguns momentos da homenagem que ocorreu em virtude dos 40 anos de publicação do romance Parabélum, organizado pelo Acervo do Escritor Cearense, da Biblioteca de Ciências Humanas da UFC, e do Projeto Entre-lugar na Literatura Cearense, em 17 de novembro de 2017. Nesse dia, houve palestras e uma mostra de documentos do Arquivo Pessoal de Gilmar de Carvalho, com curadoria da pesquisadora Lídia Barroso. O Evento ocorreu na Biblioteca de Ciências Humanas da UFC.
E também outras fotos de 2018 ocorreram durante o evento sobre Clarice Lispector.
O legado de Gilmar de Carvalho para a cultura e a literatura cearense é vastíssimo.
É um exemplo para que nós possamos continuar a cultivar as nossas tradições.
Cultura é movimento, é continuidade.
Viva Gilmar de Carvalho.






quinta-feira, 8 de abril de 2021

Ideia de Poesia por Alfredo Bosi


 “A poesia tem mais de um horizonte [...] é o caminho mais feliz da poesia, não só para quem a produz — o artista que conhece aquele momento de iluminação — como sobretudo para os seus leitores. Um adolescente numa crise existencial de repente abre um livro de poemas da Cecília Meireles e sente que há coisas belas na existência. Ou então abre um Carlos Drummond de Andrade e tem contato com uma concepção mais irônica ou crítica, ou mesmo de grande resistência moral. [...]

Quando escrevi O ser e o tempo da poesia (1977), destinei um capítulo inteiro ao conceito de poesia resistência e verifiquei que há mais de uma forma de resistência. A forma mais evidente é a poesia de crítica social, de ataque, de sátira. Mas não é a única. Às vezes o poeta entra muito dentro de si mesmo e sua forte carga subjetiva involuntariamente se opõe àquilo que é a prosa do mundo, a prosa ideológica. Não que ele faça uma proposta formal de ataque à sociedade, mas a sua linguagem é tão estranha e tão diferenciada em relação àquilo que é a linguagem ideologizada, ou a do senso comum, que ela se transforma em resistência.”
Fonte: Entrevista com Alfredo Bosi – “Poesia como resistência à ideologia dominante”, Revista ADUSP, dez. 2015.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Adolfo Caminha por Sânzio de Azevedo

 


Breve biografia de Adolfo Caminha por Sânzio de Azevedo:

Nascido no Aracati, em 29 de maio de 1867, e tendo falecido no Rio de Janeiro, no primeiro dia do ano ·de 1897, com menos de 30 anos de idade, Adolfo Caminha foi durante sua breve existência o que foi no melhor de sua obra de escritor: um revoltado. Espírito profundamente inquieto e temperamento extremamente impulsivo, era aluno da Escola Naval, no Rio, quando, na presença do Imperador, não hesitou em fazer a apologia do regime republicano, por ocasião de uma homenagem póstuma a Vítor Hugo. Já oficial de Marinha, publica um conto em que faz questão de descrever a desumanidade dos castigos corporais, em voga nos navios de guerra, àquela época. Voltaria ao assunto, com a mesma veemência, num livro de viagem, No País dos Ianques (1894) e no romance Bom-Crioulo (1895). Transferido para o Ceará, um escândalo amoroso fê-lo malvisto na pequena Fortaleza da década de oitenta. Intimado a abandonar a Província, por ordem de seus superiores, o que termina abandonando é a carreira das armas, indo ocupar um modesto cargo de funcionário civil na Tesouraria ·da Fazenda. Na Capital do País, para onde logo se muda, haveria de publicar A Normalista (1893), seu mais famoso romance, onde, como num desabafo, põe à mostra todas as baixezas e podridões da sociedade que o repudiou, chegando mesmo a fazer a caricatura de alguns figurões com os quais se desaviera. Tentaria também vingar-se da corporação a que pertencera, através das páginas do Bom-Crioulo, uma triste história de marinheiros, na qual se conta um caso de homossexualismo, e onde, como foi dito, reaparece o tema dos castigos corporais, como se a vida da Marinha fosse apenas esse lado negro, a que seu grande talento empresta cores ainda mais sombrias.

Sânzio de Azevedo, em "Falas Acadêmicas", Academia Cearense de letras.

quinta-feira, 25 de março de 2021

Dragão do Mar e a Abolição do Ceará



Hoje é comemorada, 25 de março, a Data Magna do Ceará, que celebra o marco histórico do fim da escravidão no nosso estado. O Ceará foi a primeira província brasileira a libertar os escravos, no dia 25 de março de 1884 –, há 137 anos. O Ceará se antecipou em quatro anos à abolição da escravatura em todo o Brasil, que ocorreu somente em 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea.

Como indicação de leitura sobre a Campanha abolicionista cearense, indico o belo livro do escritor e artista plástico, o saudoso Audifax Rios, intitulado “Dragão do Mar e seu tempo – Cem anos do Derradeiro Brado do Chico da Matilde”, publicado em 2014.

segunda-feira, 22 de março de 2021

CURSO 'FORTALEZA EM QUATRO ROMANCES' - ARTE URGENTE

 

O Curso "Fortaleza em quatro romances" é uma ação cultural que faz parte da programação do Projeto Arte Urgente: janelas formativas, ministrado por mim. Curso tem como finalidade ressaltar a memória literária da capital do Ceará por meio do estudo de quatro romances cearenses clássicos publicados na passagem do século XIX e início do XX: "A afilhada" (1889), de Oliveira Paiva; "A Fome" (1890), de Rodolfo Teófilo; "A normalista" (1893), de Adolfo Caminha e "A divorciada" (1899), de Francisca Clotilde.

Confira os Cursos Livres das Janelas Formativas. As inscrições começaram na segunda-feira, dia 15/03. Neste momento, estarão disponíveis 20 opções de cursos e o preenchimento das vagas é por ordem de inscrição. O link para inscrições estará disponível no link a seguir:https://arteurgente.com.br/janelas-formativas-08-curso-fortaleza-em-quatro-romances/


O Arte Urgente é resultado de ação da Lei Aldir Blanc no Ceará. Conta com a Realização do Instituto BR, da Quitanda Soluções Criativas e dos Laboratórios Culturais, em colaboração com a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult); Produção Executiva da Cinco Elementos Produções e Marco Zero; e Apoio Institucional do Porto Dragão por meio do Instituto Dragão do Mar e da Universidade Estadual do Ceará (UECE); Apoio: Lei Aldir Blanc, Ministério do Turismo, Secretaria Especial de Cultura, Governo Federal.


EMENTA DO CURSO

O Curso "Fortaleza em quatro romances" tem como finalidade ressaltar a memória literária da capital do Ceará por meio do estudo de quatro romances clássicos publicados no século XIX, servindo de canal de divulgação da literatura cearense para o público em geral. Esse Curso é integrante do Projeto de extensão "O entre-lugar na literatura cearense", coordenado pelo Prof. Charles Ribeiro Pinheiro, desenvolvido durante o Curso de Doutorado em Letras da UFC, entre 2015-2019, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Odalice de Castro Silva, com o propósito de investigar a formação da literatura produzida e lida no Ceará. O Curso "Fortaleza em quatro romances" consiste em aulas que abordarão quatro romances clássicos de autores cearenses que têm a cidade de Fortaleza como principal cenário para o desenvolvimento de suas tramas, enfatizando as representações ficcionais do espaço urbano em seus contrastes e mutações e desenvolvendo a interdisciplinaridade entre a Literatura, a História e o Urbanismo. Ou seja, as aulas abordarão os romances, observando Fortaleza nos seus variados aspectos formais: a cidade como cenário, como tema, como personagem, como alegoria, enfim como evento desencadeador da criação ficcional, palco ideal para os cantos de amor e de ódio, de louvores e de denúncias. São dez encontros de duas horas cada, abordando os romances, ministrado de modo remoto por plataforma de vídeo on-line (Meet ou Zoom, a definir). As aulas estão construídas de forma didática para o público geral, úteis e atrativas, tanto quanto para jovens, quanto para universitários, adultos, curiosos da história literária do Ceará. Privilegiaremos escritores do realismo-naturalismo, sendo os seguintes romances: "A afilhada" (1889), de Oliveira Paiva; "A Fome" (1890), de Rodolfo Teófilo; "A normalista" (1893), de Adolfo Caminha e "A divorciada" (1899), de Francisca Clotilde.

CONTEÚDOS ABORDADOS
  • Literatura cearense;
  • Literatura brasileira;
  • Gênero romance;
  • História do Ceará;
  • Realismo-naturalismo;
  • Análise de narrativas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
  • Estudar quatro romances de autores cearenses do século XIX;
  • Enfatizar as representações ficcionais do espaço urbano de Fortaleza em seus contrastes e mutações;
  • Divulgar a História da literatura cearense e servir de canal de divulgação para o público em geral;
  • Fomentar e valorizar atividades educacionais e culturais ao contemplar as esferas da leitura, livro, literatura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, Otacílio de. Fortaleza descalça. Fortaleza: Edições UFC/Casa José de Alencar, 1992.
AZEVEDO, Sânzio de. Adolfo Caminha: vida e obra. Fortaleza: Casa José de Alencar/UFC, 1997.
BARREIRA, Dolor. História da Literatura Cearense. Fortaleza: Editora Instituto do Ceará, 1948.
BENEVIDES, Artur Eduardo. Evolução da Poesia e do Romance Cearense. Fortaleza: Imprensa Universitária/UFC, 1976.
CANDIDO, Antônio. O Discurso e a Cidade. 3. ed. São Paulo; Rio de Janeiro: Ed. Ouro sobre Azul; Duas Cidades, 2004
CAMINHA, Adolfo. A normalista. Fortaleza: Editora ABC, 1997.
CLOTILDE, Francisca. A divorciada. 2a ed. atualizada, acrescida de estudos críticos de Otacílio Colares, Angela Barros Leal e Nádia Battella Gotilib. Ceará: Editora Terra Bárbara, 1996.
MONTENEGRO, Abelardo F. O romance cearense. Fortaleza: Casa de José de Alencar/UFC, 1993.
OLIVEIRA, Caterina Maria de Saboya. Fortaleza: seis romances, seis visões. Fortaleza: Edições UFC, 2000.
PAIVA, Manuel de Oliveira. A Afilhada. In: PINTO, Rolando Morel. Manuel de Oliveira Paiva: obra completa. Rio de Janeiro: Graphia Editorial, 1993.
PONTE, Sebastião Rogério. Fortaleza Belle Époque. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2001.
RAMA, Angel. A cidade das letras. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1984.
SÜSSEKIND, Flora. Tal Brasil, qual romance?. Rio de Janeiro: Achiamé, 1984.
TEÓFILO, Rodolfo. A fome/Violação. Rio de Janeiro: José Olympio; Fortaleza: Academia Cearense de Letras, 1979.
TINHORÂO, José Ramos. A província e o naturalismo. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1966.






sábado, 13 de março de 2021

Inscrições gratuitas Curso Fortaleza em quatro romances

 

INSCRIÇÕES GRATUITAS!
A partir de segunda-feira, dia 15/03, está com inscrições abertas o Curso “Fortaleza em quatro romances”, ação cultural que faz parte da programação do Projeto Arte Urgente: janelas formativas, ministrado por mim.
O Curso “Fortaleza em quatro romances” tem como finalidade ressaltar a memória literária da capital do Ceará por meio do estudo de quatro romances cearenses clássicos publicados na passagem do século XIX e início do XX: “A afilhada” (1889), de Oliveira Paiva; “A Fome” (1890), de Rodolfo Teófilo; “A normalista” (1893), de Adolfo Caminha e “A divorciada” (1899), de Francisca Clotilde. O Curso consiste em aulas que abordarão quatro romances clássicos que têm a cidade de Fortaleza como principal cenário para o desenvolvimento de suas tramas, enfatizando as representações ficcionais do espaço urbano em seus contrastes e mutações e desenvolvendo a interdisciplinaridade entre a Literatura, a História e o Urbanismo.
Vem conferir os Cursos e Ações do Projeto Arte Urgente!
****
Quer formação? Temos! 🗣 Confira os Cursos Livres das Janelas Formativas. As inscrições começam segunda-feira, 15/03.

Neste momento, estarão disponíveis 20 opções de cursos e o preenchimento das vagas é por ordem de inscrição. Então ativa as notificações e, quando o link for divulgado, correeeee!

O link para inscrições estará disponível na bio @arteurgente.labs a partir de 15/03, no site abaixo  www.linktr.ee/arteurgente.labs

⚠ O Arte Urgente é resultado de ação da Lei Aldir Blanc no Ceará. Conta com a Realização do Instituto BR, da Quitanda Soluções Criativas e dos Laboratórios Culturais, em colaboração com a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult); Produção Executiva da Cinco Elementos Produções e Marco Zero; e Apoio Institucional do Porto Dragão por meio do Instituto Dragão do Mar e da Universidade Estadual do Ceará (UECE); Apoio: Lei Aldir Blanc, Ministério do Turismo, Secretaria Especial de Cultura, Governo Federal.





sexta-feira, 5 de março de 2021

Aniversário Patativa do Assaré

 

Na foto, a biografia escrita pelo pesquisador e jornalista Gilmar de Carvalho.

Hoje é aniversário de Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré (Assaré, CE, 1909-2002), é poeta, compositor, cantor e improvisador. Cego de um olho por causa de uma doença, ele só frequentou a escola por alguns meses, antes de ir trabalhar no campo para ajudar sua família. Por volta dos vinte anos, começou a cantar em festas populares cearenses. É a partir desse momento que ele recebe o apelido de Patativa, nome de um pequeno pássaro que vive na região. Foi em 1956, na festa da Feira do Crato, que conheceu José Arraes de Alencar, que o ajudou a publicar o seu primeiro livro, "Inspiração Nordestina".
Viva o aniversário de Patativa do Assaré, um dos maiores poetas cearenses do século XX.

"Patativa do Assaré (1909-2002) foi um poeta e repentista brasileiro, considerado um dos principais representantes da arte popular nordestina do século XX. O seu poema “Triste partida”, em 1964, foi musicado e gravado por Luiz Gonzaga (1912-1989), o que lhe rendeu projeção nacional. Seus versos, traduzidos em vários idiomas, são temas de estudos em diversas universidades pelo mundo, a exemplo da Universidade de Sorbonne, na França, em sua disciplina “Literatura popular universal”. (Trecho do Fascículo 1 do Curso de Literatura cearense da Fundação Demócrito Rocha, 2020, em coautoria com Lílian Martins).


Na foto, a biografia escrita pelo pesquisador e jornalista Gilmar de Carvalho, em duas edições. Acima, a obra da coleção nordestina, "Patativa do Assaré-Cordeis", 2ª edição ampliada que foi indicada para o vestibular da Universidade Federal do Ceará.

Para que a poesia e a arte nos consolem desse mundo caótico e atroz.
Viva o aniversário de Patativa do Assaré, um dos maiores poetas cearenses do século XX.


"Cabra da Peste" - Patativa do Assaré em "Cante lá que eu canto cá"

Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece, procura vencer,
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer

Não nego meu sangue, não nego meu nome,
Olho para fome e pergunto: o que há?
Eu sou brasileiro fio do Nordeste,
Sou Cabra da Peste, sou do Ceará

Tem muita beleza minha boa terra,
Derne o vale à serra, da serra ao sertão
Por ela eu me acabo, dou a própria vida,
É terra querida do meu coração

Meu berço adorado tem bravo vaqueiro
E tem jangadeiro que domina o má
Eu sou brasileiro fio do Nordeste,
Sou Cabra da Peste, sou do Ceará

Ceará valente que foi muito franco
Ao guerreiro branco Soares Moreno,
Terra estremecida, terra predileta
Do grande poeta Juvená Galeno

Sou dos verde mare da cor da esperança,
Qui as água balança pra lá e pra cá.
Eu sou brasileiro fio do Nordeste,
Sou Cabra da Peste, sou do Ceará

Ninguém me desmente, pois, é com certeza
Quem quer vê beleza vem ao Cariri,
Minha terra amada possui mais ainda,
A muié mais linda que tem o Brasi.

Terra da Jandaia, berço de Iracema,
Dona do poema de Zé de Alencar
Eu sou brasileiro fio do Nordeste,
Sou Cabra da Peste, sou do Ceará.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Baixe grátis o Almanaque "A fome" 130 anos -Rodolfo Teófilo romancista

 


LEIA O ALMANAQUE GRATUITAMENTE NO ISSUU: ALMANAQUE
OU
BAIXE GRATUITAMENTE no link  ALMANAQUE A FOME 130 ANOS
TAMBÉM DISPONÍVEL NO AMAZON: ALMANAQUE A FOME KINDLE

Finalmente, amigas e amigos, está disponível para download o Almanaque, em forma de zinebook digital da Campanha Cultural "A Fome-130 anos: Rodolfo Teófilo Romancista" que teve o objetivo de homenagear os 130 anos de publicação do polêmico romance "A Fome" (1890), um dos responsáveis pela construção da tradição dos romances da seca na literatura brasileira, ressaltando Teófilo como um escritor-leitor e analisando o contexto literário da cidade de Fortaleza.

O Almanaque A fome: 130 anos é de autoria de Charles Ribeiro Pinheiro e arte por Luís XIII.

A Campanha Cultural ocorreu, na forma de ocupação digital, durante o mês de dezembro a janeiro de 2021, em forma de ações como a produção de postagens, vídeos e o bate-papo sobre o romance “A fome” veiculados no Instagram e Youtube, como formas de ampliar a divulgação do referido romance e as demais obras ficcionais de Rodolfo Teófilo.

Participação:

Pesquisa e textos: Prof. Charles Ribeiro Pinheiro

Arte e diagramação: Luís XIII   

"Este Projeto é fomentado com recursos da lei 14.017/2020 - lei Aldir Blanc - por meio da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza".
Mais informações em:







segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Vídeos da Campanha "A fome 130 anos - Rodolfo Teófilo Romancista"

Estes vídeos são parte da Campanha Cultural "A Fome-130 anos: Rodolfo Teófilo Romancista" que tem por objetivo homenagear os 130 anos de publicação do polêmico romance "A Fome" (1890), um dos responsáveis pela construção da tradição dos romances da seca na literatura brasileira, ressaltando-o como um escritor-leitor e seu contexto literário da cidade de Fortaleza.

A Campanha Cultural ocorreu durante o mês de dezembro a janeiro de 2021, na forma de ações como um Curso sobre o romance A fome, a produção de postagens, vídeos, um bate-papo ao vivo e um almanaque gratuito (de autoria de Charles Ribeiro Pinheiro e arte por Luís XIII). 

Participação:

Pesquisa, roteiro, iconografia e locução: Prof. Charles Ribeiro Pinheiro  

Arte e edição de vídeo: Luís XIII    https://allstuff.luisxiii.art/

Trad. Libras: Liliana Ripardo Alves  https://www.instagram.com/literaturalibras/

"Este Projeto é fomentado com recursos da lei 14.017/2020 - lei Aldir Blanc - por meio da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza".












 








Bate-papo Campanha Cultural "A Fome-130 anos: Rodolfo Teófilo Romancista"

 


No domingo, dia 31/01/2021, ocorreu um interessante Bate-papo (Live) que faz parte da Campanha Cultural "A Fome-130 anos: Rodolfo Teófilo Romancista" que tem por objetivo homenagear os 130 anos de publicação do polêmico romance "A Fome" (1890), um dos responsáveis pela construção da tradição dos romances da seca na literatura brasileira. O evento virtual conta com a participação do Prof. Dr. Charles Ribeiro Pinheiro (professor, roteirista, coordenador do projeto e pesquisador de literatura cearense) e da Profa. Ma. Lílian Martins (Jornalista, professora, pesquisadora e coordenadora de conteúdo do Curso de extensão em Literatura Cearense, da Fundação Demócrito Rocha), com a tradução em Libras por Liliana Ripardo Alves (Pedagoga e interprete e tradutora de Libras pela APILCE (2009 -2011), participante de várias coletâneas de obras literárias e idealizadora do projeto Literatura & Libras. 

A Campanha Cultural "A Fome-130 anos: Rodolfo Teófilo Romancista" ocorreu em  dezembro de 2020 a janeiro de 2021 por meio de um curso; que abordou questões interessantes e relevantes do romance A fome, ressaltando Rodolfo Teófilo como um escritor-leitor; postagens, vídeos e o lançamento de um almanaque digital gratuito (de autoria de Charles Ribeiro Pinheiro e arte por Luís XIII), que se utiliza da linguagem visual das histórias em quadrinhos, como forma de ampliar a divulgação do referido romance e as demais obras ficcionais de Rodolfo Teófilo. 

"Este Projeto é fomentado com recursos da lei 14.017/2020 - lei Aldir Blanc - por meio da secretaria municipal da cultura de Fortaleza". 





sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Edições do Romance "A fome" de Rodolfo Teófilo

"A fome" foi o primeiro romance publicado por Rodolfo Teófilo, em 1890, em que narra os tristes e chocantes acontecimentos da seca de 1877. A primeira imagem é a capa da edição de 1890. A segunda é organizada pela Academia Cearense de letras, em 1879. A terceira imagem é da edição de 2002, da coleção clássicos cearenses, pela Edições Demócrito Rocha. A última imagem é da Editora Tordesilhas, de 2011.

A Campanha Cultural “A Fome-130 anos: Rodolfo Teófilo Romancista” tem por objetivo homenagear os 130 anos de publicação do polêmico romance “A Fome” (1890), um dos responsáveis pela construção da tradição dos romances da seca na literatura brasileira, ressaltando-o como um escritor-leitor e seu contexto literário da cidade de Fortaleza.

“Este Projeto é fomentado com recursos da lei 14.017/2020 - lei Aldir Blanc - por meio da secretaria municipal da cultura de Fortaleza”.


O Caixeiro de Rodolfo Teófilo - memórias de um caixeiro

 


No livro de memórias, O caixeiro, de 1927, Rodolfo Teófilo relata a sua juventude, enquanto trabalhava como caixeiro no comércio de Fortaleza. Enquanto trabalhava o dia todo debaixo do sol quente, estudava tarde da noite, se preparando para realizar o seu sonho, o de cursar Farmácia na Faculdade de Medicina da Bahia. Enquanto trabalhava e estudava, cultivava os seus sonhos de poeta efebo e se encantava pelos versos de Casimiro de Abreu.

Para cumprir seu objetivo, cedo teve consciência de que “só o livro me podia libertar. Devia estudar; mas como? Os dias eram do patrão, só dispunha eu das noites. A vida agora era mais cansada. Passava o dia na praia exposto ao sol, no serviço de algodão. Ao escurecer, sentado á carteira a copiar o borrador! Voltava ás 9 horas da noite das aulas e recolhia-me ao quarto, uma espelunca quente e com mais muriçocas do que as florestas do Amazonas. Ia preparar as lições alumiado por uma miserável vela de carnaúba, de vintém, pois não podia comprar estearina. Estudava três horas, o tempo que durava a luz. Extinta, deitava-me e adormecia pesadamente” (Teófilo, 2003. p.25-26).

O esforço foi recompensado com o diploma de farmacêutico e a vida dedicadas às letras e as ciências.

A Campanha Cultural “A Fome-130 anos: Rodolfo Teófilo Romancista” tem por objetivo homenagear os 130 anos de publicação do polêmico romance “A Fome” (1890), um dos responsáveis pela construção da tradição dos romances da seca na literatura brasileira, ressaltando-o como um escritor-leitor e seu contexto literário da cidade de Fortaleza.

“Este Projeto é fomentado com recursos da lei 14.017/2020 - lei Aldir Blanc - por meio da secretaria municipal da cultura de Fortaleza”

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Rodolfo Teófilo e a invenção da Cajuína

 


Uma das grandes realizações de Rodolfo Teófilo como cientista, químico e industrial foi a cajuína. É um aperfeiçoamento químico da antiga bebida dos povos originários do brasil: o cauim. O farmacêutico, no fim do século XIX, aplicou a técnica francesa de Appert, que consiste no processo de pasteurização do suco extraído do caju por meio do banho-maria. O liquido era fervido já embalado em garrafas de vidro lacradas. Ele deu o nome desse processo como clarificação. Ele chegou à fórmula final em 1900 e desenvolveu essa bebida no intuito de ser um substituto das bebidas alcoólicas.
A Cajuína era fabricada em sua residência no Benfica e no seu sítio em Pajuçara, onde tinha um espaço reservado para a produção, engarrafamento e rotulagem. Como industrial, ele conquistou, na Exposição Nacional do Rio de Janeiro, em 1908, Medalha de Ouro pela excelente qualidade da Cajuína.
Na imagem, esse é um dos inúmeros cartazes de propaganda da cajuína que eram veiculadas em diversos jornais do Ceará e do Nordeste.
Para conhecer mais sobre a Cajuína, conferir o documentário “Arquivo.DOC A cajuína”, produzido pela TV Assembleia do Ceará, em 2020.
Não percam!