No quarto episódio do podcast Encontros Literários Moreira Campos relembraremos os 130 anos de publicação do romance A Fome, de Rodolfo Teófilo.
Romance inaugural da chamada ‘Literatura das secas’, que faria carreira ao longo do século XX, Lira Neto assim o define em O poder e a peste, sua biografia de Teófilo publicada pelas Edições Demócrito Rocha: “Literatura crua, sem meio tom ou maquiagem: o Sol implacável, corpos escaveirados, os horrores da miséria extrema. Romance como ninguém ousara escrever antes sobre o Ceará. Livro assim não podia ter outro nome: A Fome”.
Ambientado no Ceará entre os anos 1877-1879, período da chamada seca “dos três setes”, na qual uma grave epidemia de varíola ceifou a vida de milhares de cearenses, A Fome ganha renovado interesse, em tempos nos quais a pandemia do novo coronavírus parece reeditar as condições e vítimas preferenciais da incidência de qualquer crise sanitária: a desigualdade social e a pobreza, questões infelizmente ainda não contornadas no Brasil contemporâneo.
Rodolfo Teófilo ainda se destacou como farmacêutico, documentarista e historiador, com uma obra voltada ao estudo e à prática de combate aos desmandos da política do período, bem como das graves questões sociais e de saúde de sua época. Foi também integrante da Padaria Espiritual, um dos mais importantes movimentos culturais brasileiros do período, ocorrido na Fortaleza de fins do século XIX.
Música de fundo: Odeon (Ernesto Nazareth) - Paul Barton, piano Mediação: Júlio Cezar Bastoni da Silva (DL - UFC).
Fonte: Júlio Cezar Bastoni.
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