Meditações GT: Literatura, leitura e imaginário
Parágrafos
iniciais da brilhante obra “Literatura em perigo”, em que Tzvetan Todorov salienta
a importância da leitura dos clássicos da Literatura Universal para a sua
formação como cidadão e como professor:
“Por
mais longe que remontem minhas lembranças, sempre me vejo cercado de livros.
Como meus pais eram ambos bibliotecários, havia sempre muitos livros em minha
casa. Meu pai e minha mãe viviam às voltas o planejamento de novas estantes
para absorver todos os novos volumes; enquanto isso, os livros se acumulavam
nos quartos e corredores, formando pilhas frágeis em meio às quais eu devia me esgueirar.
Logo aprendi a ler e comecei a devorar os textos clássicos adaptados para
jovens, ‘As Mil e Uma Noites’, os contos dos irmãos Grimm e de Andersen, ‘Tom
Sawyer’, ‘Oliver Twist’ e ‘Os Miseráveis’. Um dia, aos oito anos, li um romance
inteiro; devo ter ficado muito orgulhoso com o fato, pois escrevi em meu
diário: "Hoje, li Sobre os do Meu Avô, livro de 223 páginas, em uma hora e
meia!"
Durante
o primário e o ginásio, continuei a venerar a leitura. Entrar no universo dos escritores,
clássicos ou contemporâneos, búlgaros ou estrangeiros, cujos textos passei a
ler em versão integral, causava-me sempre um frêmito de prazer: eu podia
satisfazer minha curiosidade, viver aventuras, experimentar temores e alegrias,
sem me submeter às frustrações que espreitavam minhas relações os garotos e garotas
da minha idade e do meu meio social. Não sabia o que queria fazer da minha
vida, mas estava certo de que teria a ver a literatura”.
(Todorov,
2009, p. 15).
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